Sérgio Costa
Docente da Pós Graduação em Marketing Digital do IPAM

Andamos a escrever muito, andamos a escrever pior?

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No mundo digital em que vivemos a capacidade de escrever bem é um aspecto essencial, quer como ferramenta profissional, quer como skill de relação interpessoal que faz parte da nossa rotina diária. As novas gerações vão criando códigos de comunicação novos, mas há um panorama geral a ter em conta: sejamos novos ou não tão novos, a verdade é que andamos quase todos a escrever em mais sítios, de formas diferentes.

Com o multiplicar de plataformas digitais em que a escrita é um atributo importante, tanto profissional como pessoalmente, o nosso dia pode ser feito de emails, posts, comentários, conversações, blogs, reviews e por aí fora. Mas esse dia continua a ter 24 horas e por isso a tendência para abreviar aumenta, os atalhos dão jeito, surgem formas de expressão como emojis e afins, mas as contas são simples – quanto mais escreves, mais podes falhar. E na era digital, as falhas são sempre alvo de um escrutínio fácil, em qualquer plataforma e em qualquer ambiente.

O que fazer, então? Abandonar a vida online? Ser telegráfico? Publicar só vídeos? Depositar toda a fé nos falíveis correctores ortográficos do computador?

Não há soluções mágicas, as bases de escrita de cada um são construídas ao longo da vida, tal como não há um botão que transforme tudo o que escrevemos online em algo bem estruturado e apelativo. Mas ajuda muito conhecer os meios em que comunicamos e perceber as boas práticas que dão um ‘empurrãozinho’ para nos ajudar a atingir os objectivos a que nos propomos sempre que publicamos algo. E, no que diz respeito à produção de conteúdos digitais escritos para consumo público, a originalidade e o ‘pensar diferente’ são essenciais para nos distinguirmos num meio massificado, sempre com a noção de que falhar é possível. Como me disse alguém com quem aprendi bastante ‘Quanto mais genial for aquilo que escreveres, mais rapidamente se esquecem de uma vírgula esquecida. Quanto mais banalidades debitares, nunca te vão deixar de lembrar aquele acento mal posto.